Por Marcelo Caetano para Expovendamais

boi de piranha

Quando a guerra de preços atinge seu produto mais importante, isso pode significar um horizonte vermelho logo à frente. Então, defender seu mix deve ser uma tarefa estrategicamente pensada, caso contrário sua lucratividade pode ser comprometida rapidamente.

Existe uma matriz chamada BCG, uma análise gráfica desenvolvida em 1970, por Bruce Henderson, para a empresa de consultoria empresarial americana Boston Consulting Group, mas que, até hoje, pode e deve ser usada. Essa matriz divide os produtos em quatro quadrantes, de acordo com a participação deles no mercado e suas possibilidades de crescimento:

Muitos produtos passam por todas essas etapas. Ou seja, o produto que hoje é altamente lucrativo e sustenta toda a operação, amanhã pode se tornar de baixa participação no mercado – por isso é tão importante a empresa inovar constantemente.

O grande problema de não ter inovações é que as empresas acabam colocando suas “vacas leiteiras” na linha de frente da guerra de preços – a posição que costumo chamar em minhas consultorias de “boi de piranha” (no pantanal, tem sempre um boi que atravessa o rio antes da boiada para atrair as piranhas e não sacrificar os outros).

É inevitável que, mais cedo ou mais tarde, sua “vaca leiteira” se torne um “boi de piranha”, o problema acontece quando, atrás dela, não há mais produto algum para atravessar o rio. Ou seja, você acaba sacrificando fortemente a margem do produto que sustenta sua empresa e não pensa, ou melhor, não age para colocar outra no lugar. Nesses casos, você fica em uma posição muito delicada, pois, quando as empresas param de investir no desenvolvimento de novos produtos e passam a tentar sobreviver apenas com os já existentes, o fracasso é iminente no médio ou longo prazo.

Dedique uma atenção especial a essa situação. Se o produto que sustenta sua empresa está sendo bombardeado pelo preço dos concorrentes, é preciso que ele tenha um substituto em lucratividade, caso contrário suas margens cairão rapidamente e, portanto, sua lucratividade também.

Veja só uma situação no mercado de informática: os chips dos computadores dobram de velocidade, em média, a cada dois anos. Por isso, você sempre paga em torno de R$ 800 por um PC. Caso isso não acontecesse, os PCs já custariam cerca de R$ 200 – arrasando a margem de lucro das empresas.

É claro que esse é um caso extremo, mas é preciso cuidado e atenção para não tornar toda a sua empresa em um grande “boi de piranha”.

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.